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domingo, 20 de dezembro de 2009

Barbara-parte I


Era apenas eu fechar os olhos. E podia sentir as gotas de suor que caiam dele nas minhas costas enquanto ele ia e vinha freneticamente. Agarrava meu cabelo, e eu nunca poderia acreditar que um puxão de cabelo fosse tão prazeiroso. Sua língua brincava pelos pelo meu pescoço e minhas orelhas. Eu não era capaz de aguentar, e sufocava os gemidos que saiam involutáriamente de mim no travesseiro. Estávamos no seu quarto, pequeno, ao som de um metal que eu não entendia mas tinha o mesmo ritmo agressivo e suave da dialética de nossos corpos. Mas tudo isso não passava de uma lembrança.
È claro que ele adquiriu inúmeras responsabilidades para seus parcos 20 anos. Mas não deixava de ser um garoto. E o que eu sou, além de uma dessas moças que gostam de dizer que são solteiras por opção, e só tem um único amor na vida:A própria carreira.
Eu o conheci logo depois de um relacionamento desastroso.
Achei engraçado nosso primeiro encontro...em um shopping , comendo um fast food. Logo eu que estava tão acostumada a frequentar lugares exóticos e sofisticados, ali, pedindo um sanduiche sem cebola. Foi muito interessante como ele era divertido, sem passar do extremo e como parecia querer ser mais maduro do que era. Rimos muito e eu logo pensei comigo” Isso não vai dar em nada”. Estava de folga do trabalho e como não tínhamos outro lugar para ir ficamos sentados ali mesmo, no banco do shopping. De repente, não mais que de repente ele me agarrou e me beijou. Fiquei duplamente constrangida: Primeiro porque eu não era mais nenhuma garotinha para ficar se agarrando em público e segundo porque aquele beijo com tal volúpia, deixou um calor em mim que foi preciso ir ao toalhete para não passar nenhuma cena constrangedora com minhas calças que estavam a ponto de molhar.
No dia seguinte de volta ao trabalho não conseguia me concentrar nos cálculos e planilhas, a receita da empresa de um dos meus clientes que eu tinha mais facilidade de fazer, parecia um pentagrama dificílimo de ser descodificado.Fui tomar um café , descafeinado,para “arrejar as idéias”, quando me dei conta que meu celular estava no modo silêncioso. E noitei que tinha inúmeras mensagens dele, sugerindo um encontro mais tarde. Não sei se foi pela insegurança expressa que ele demonstrava ali ou se foi pelo desejo explicitamente demonstrado que cheguei para meu chefe Rick e pedi uma licença. Reclamando, mas sabendo que fosse o que fosse eu não pensaria duas vezes em mandar ele “pra aquele lugar” me liberou. Não acreditei no que estava fazendo. E pelo visto nem minhas duas colegas de trabalho e amigas de tequila Simone e Cecília. Eu podia sentir dois pares de olhos arregalados em minha direção, um par verde e outro castanho claro. Não disse nada apenas sorri. E lá deixei meus tão adorados cálculos que eram meu refúgios todas as vezes que brigava com meu ex e fazia hora extra no escritório. Dessa vez era diferente. Eu estava sendo desejada, e isso me dava prazer.
Continua

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